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Monday, March 29, 2004

Não te tenho, nem nunca te tive. Vivo neste medo de alguma vez te poder tocar e não gostar, de provar da essência da tua existência e ficar viciado, como se fica a tudo que não se tem portecção e se desconhece. Vives nas minhas noites, em que digo pouco daquilo que gostava de dizer, em que procuro me expôr o mínimo possível para que a ilusão permaneça, enfim, entre a nossa relação.
És o meu escape da vida fútil, és o meu peoma melancólico, és o meu sentimento dinâmico que se reconstroi e multiplica a cada palavra tua. Ès a mensagem que espero receber, és a pessoa que me faz esquecer, aqui e agora que sou metade daquilo que posso ser e mostro apenas aquilo que os outros não querem ver.
Para quê procurar-te, para que amar-te se não existes, não permaneces em mim, não respiras, não amas, não me magoas.
Em vez disso, conto-te os dilemas em que me envolvo e as pessoas que me persseguem. Falo-te de mim com abertura, mas com protecção exaustiva, afinal não te conheço o cheiro, não te conheço a voz, nem os dedos que imagino serem belos.
Perco-me entre as muralhas do que é arriscado dizer e aquilo que já disse a algumas pessoas que depois, e assim é o amor, se tornaram descrentes e provaram não serem capazes de lidar com os sentimentos que circundam a vida, nem de lutarem por aquilo que queriam, se é que alguma vez quiseram alguma coisa. Fracas de espírito, fracas de alma, fracas de sentimentos e honestidade que vivem para sugar a energia que as envolve como se o mundo tivesse sido criado para não lhes resistir. Fraco de mim, que também eu secumbi e me deixei levar por uma corrente de sentimentos, acções e objectos que nem eu sei muito bem onde os fui procurar.
Anseio por aquele momento em que serei livre, em que seremos todos livres, de tudo e porque não, de todos. Que se lixem os erros ortográficos, que se lixe est emeu sentimento por ti, que suspeito ser de difícil compreensão. Que se lixem todos aqueles que vivem por verem a vida dos outros, inúteis que nunca hão-de contemplar as cores da vida ou beber a alegria que é respirar.
Por isso procura-me. Vem ao meu encontro, de noite de dia, a qualquer hora, em qualquer lugar, eu vou estar lá, para sempre, até quando me for possível e o meu corpo não resistir à saudade de não te ter. Não tenho expectativas, não tenho lembranças, não tenho fotografias, mas tenho palavras, caras e baratas como se o diccionário tivesse sido dividido, como se o mundo fosse partilhado.
Dá-me a tua mão, respira o ar do dia, faz-me acreditar que eu sou alguém que tem a opurtunidade de se elevar por entre o sonho e eu levo-te comigo, por debaixo do meu sentimento oculto pelo desconhecido, fixo e irreal. Por debaixo do meu olhar.