Followers

Friday, February 06, 2009

Amar nunca foi o meu forte – cada acto tem a sua conquência


Amar, nunca foi o meu forte.
E não é fácil, nem leve. Vivi sempre com a certeza de que era na dor do incompleto, que residia todo o amor possível e imaginado.
Toda a candura eternecida, todas as discusões e surrealismo, como um quandro perfeitamente imperfeito. Como nós.
Paixões inconsequentes são sempre mais fáceis e mais fáceis de eternizar, onde o tempo e o espaço determinam que tudo tenha de ser perfeito.
Sem rotina.
Sem obssessão.
Sem rasgo de fuga ao passado.
Apenas o momento eternizado a juntar a mais uma coleção retida na memória que já não sabe mais onde e o que guardar.
Houve momentos em que terei pensado que me estaria a arriscar, para algo que concerteza alguns predestinaram.
Sorrirmos, apenas porque temos algo de importante na nossa vida, é de facto um risco. Nunca sabemos quando é que o nosso tempo acaba, como vai ser e mais importante ainda – se haverá algo como nós os dois.
Algo que se compare.
Algo que se assuma perante a imensidão do infinito como a nossa certeza que acaba onde a linha deixa de exiistir. Algures.
Ninguém sabe muito bem onde.
E ninguém sabe de nada. Vivémos fechados no nosso próprio tempo. Tempo que alguém delimitou, tempo que nós concretizamos. Tempo que seguimos escrupulosamente.
Deixei de ter certezas, para além de te querer por tempos infidáveis. Criei tantos paradigmas inabaláveis ao longos dos anos, para serem derrubados por risos e noites mal dormidas, que já nada merece a minha confiança absoluta.
A menos que sejas tu.
A menos que sejas tu a conduzir para algum lugar encantando.
A menos que sejas tu deixar-te ir, por entre as minhas mãos e a nossa noção de sinceridade embebida em saudade ao pôr do sol.
A menos que sejas tu a lembrar-me que o mais importante são todas aquelas coisas que não vemos, mas que careegámos em nós todos os dias e que nos fazem ter vontade em partilhar as cores do mundo com que mais gostamos.
A menos que sejas tu a acordar-me e eu aí sim, queira viver um dia em pleno, como se não houvesse amanhã.
Amar, nunca foi o meu forte e por isso saiba que isto que sinto, não pode ser de todo algo sensaboroso ou duplicável. Trata-se de algo único e profundamente inabalável.
E por isso este é o ano certo para amar e adormecer com um sorriso nos lábios, porque sabemos que a nossa presença permanece dentro de alguém que a aprecia e a cuida.
Como se vivéssemos da luz que alguém nos dá e nunca fosse suficiente.
Nunca.
E ficássemos viciados e não quiséssemos fugir, apenas esperar que ela regressasse e nos beijasse e ficasse sentada no chão a olhar o que se passa lá por cima, sem grandes pretensões de ver algo mais bonito do que o vazio do desconhecido.
Este é o ano certo para começar a amar, para que os próximos sejam um prelongamento de algo seguro e conciso, pouco controlável, mas cheio de mimos e lençois brancos, cheiro a hortelã e alfazema e muitas noites passadas a visionar histórias que nunca poderão ter a imensidão da nossa, apenas porque não são reais.
O que mais nos dá distinção, é de sermos humanos, de facto.
De erramos consequentemente, devido aos limites sensoriais que possuímos e aos quais nos entregamos. De por vezes tentarmos fazer do outro, algo à nossa imagem e sermos suficientemente capazes de dizer “agora não”, apenas porque gostamos um do outro.
Viveremos sempre na dicotomia do espaço e do tempo, agarrados a uma força que só pode ser surpreendente para que nunca tiver amado, de verdade.
Mordeste-me o coração e nunca mais soube fazer nada com ele, a não ser esperar que voltasses e não te arrependesses.
E voltaste.
E não te arrependeste.
E eu cossegui sentir-me seguro, por entre todas as minhas fobias a compromissos e medos refeitos, até porque vivemos em crise e por isso, é difícil e complicado alguém conseguir sentir-se seguro com algo.
Em crise de valores, de consciências, de paradigmas. Crises pessoais, crises inter-pessoais, crises de mercado, crises internas.
A minha maior crise neste momento é não poder acordar todos os dias ao teu lado, porque alguém estipulou que tudo tem o seu tempo, como se o amor fosse vítima de cálculos e equações metódicas e pudesse ser contado ou calculado.
Como se pudesse ser quantificado. Como se pudesse ser, então, eliminado.
De ti, orgulho-me de muito. De mim, orgulho-me de ter arriscado.
Cada acto tem a sua consequência.


“ Por me teres concretizado os meus sonhos inocentemente
E porque agora me sinto mais vivo do que nunca”
Best Friend Sade. No Ordinary Love