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Thursday, September 29, 2005

Amar não acaba, nunca.

Não repitas isso. Havemos de chegar sempre a onde só chega “ quem não tem medo de naufragar”, como se a vida fosse mais do que este correr desenfreado que encetamos todos os dias. No fim, nem o tempo há de chegar para entender e comprimir tanto desejo de amar.
E eras sempre tu, mesmo quando eu não o merecia, mesmo quando não cumprias o que prometias, quando não me compreendias como sempre me disseste que o farias. Gostava de te ter aqui, a fim de te mostrar que és o fundamento para tudo ser mais difícil, que não há outra imagem que me passe pelos sonhos, pela calada sem eu o saber. Por isso, tento conquistar-te de longe, mesmo sabendo que nunca me hei-de livrar de ti. Nem quero. E o tempo já correu contra mim…
A verdade acabará por ser só uma e não será a distância que me revelará o que sempre senti. Que preciso de ti, que te quero só para mim, a fim de te mostrar o meu pequeno mundo, que a distância destrói-me, mas deixa-me motivado para continuar em frente. No fim, só restas tu.

“Nunca disse que seria fácil entrar dentro de mim”

Nunca tive à espera de uma facilidade desinibida, de um puxão contra o vento forçado, de uma luz transparente que me revelasse tudo aquilo que sentes, agora, enquanto lês este texto.
É a noite que me traz a tua presença, é esta dor que passou a ser física, apenas para ser suportada de uma forma mais sobranceira e honrosa. Talvez nem sempre tenha estado à altura do desafio que o teu olhar me propôs, mas fiz sempre o que pude para conseguir passar por cima das limitações que me foram sendo impostas. É difícil dizer que preciso de ti, custa-me admitir que não consigo percorrer esse corredor de vozes que nos afundam tantas vezes, sozinho, como outrora consegui. Mas há-de sempre custar-me mais enfrentar tudo isso se não souber que ocupo o teu pensamento, tal como tu ocupas o meu. Não é racional. Nem é suposto ser concebido a partir de um estratagema inocente. É apenas algo que não consigo conter quando percorro esta cidade que desperta em mim uma inspiração transcendente acerca de tudo o que me rodeia, mas que inibe a minha dissertação acerca do quão grande deliceramento consegues provocar.
Não é desculpa que quero pedir. Não é auto mutilação que peço. Apenas aliviar este amar que não acaba. Nunca.

“Os sonhos são os mesmos, em todos os lugares” Inês Pedrosa