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Monday, May 08, 2006

Solução

Gostava muito de repetir infinitamente a decisão dessa agonia persistente que embate nesse lamento intransponível sempre que me debruço com a situação dessa própria incerteza do sucesso.
Talvez encontre a parede inquebrável nessa comédia dos meus loucos anos. É a lágrima que cai sempre que não há evidência que a segure, a mágoa sentida sempre que nos sentimos pesados e pisados múltiplas vezes. São aqueles que por mais próximos nos levam essa benção de sofrer e nem sequer saber porquê. Isso facilita sempre a etapa em que havemos de ser levados a essa viagem interior que tantas vezes negamos em fazer.


A chuva já não cai, as ruas continuarão sujas de poeira que se levanta sempre que a alma adoece, sempre que o amor se quebra. Preferia saltar deste estado de nudez inusitada, mas torna-se quase impossível quando sabemos que não há solução para o problema colocado, a barra largada, o sono que se confunde com a incompreensão de uma comunicação que sempre se fez por entre gritos de quem não se ouve.
Novamente, a benção do sofrimento anunciado há-de ser espalhado a fim de nos revestirmos numa próxima investida.


É por isso que não há escolha a partir deste ponto de estagnação, deste papel não cumprido por entre a falta de tradução existente. A fuga faz-se a partir das palavras que explodem no momento incerto, mesmo quando nunca sabendo que um beijo não cura essa falta de independência que possuo por parte das imagens colocadas no interior dos meus sonhos inabitáveis. Faço sinais em direcção à infinitude da recordação a ver se finalmente são esquecidos todos os pormenores claros que se apresentam e se representam por si só.
Dizer que tudo está bem quando tudo acaba mal não chega. A culpa não existe a menos que não se reconheça o erro cometido. A vodka apresenta-se sempre como a melhor solução para a falta de sono numa casa tão cheia de “coisa” nenhuma.


Cito a lei do desconhecido para enumerar o fracasso que tem sido este novo caminho em que o apoio já foi maior e o suporte perde-se por entre a moldura. As fotografias que outrora conheciam de cor o sabor da minha língua parecem-me já um pouco polidas demais para serem reais.
Não conheço nada, nesta humanidade inalterável que se debate dia-a-dia. É o prazer de desconhecer a forma humana e a sua consequente inerência. É sempre assim.
Não é difícil crescer assim, quando pouco se sabe.