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Friday, December 12, 2008

a.m.o.t.e



Gosto de te ver passar.
Gosto de ver que vais ficar.
Aqui.
Em mim.
Hoje.
Perceber que sou forte para te conquistar.
Que vamos.
Que nunca ficaremos.
Para trás, no fim, no escuro.
Longe.
Um do outro.
Fora do círculo que nos torna menos Amargos
Incapacitados ou inadaptados.
Hoje, provavelmente preferia dormir ao teu lado
E ver as imagens que construímos, perto
Bem Perto.
Neste sono que deixou de chegar sem aviso
Porque deixei de o tentar, Porque tu estás comigo e me desconcentras
E me trazes tudo de volta, outra vez.
O primeiro sorriso, a primeira gargalhada, o primeiro beijo na praia.
O mar que nos acolhia, o cigarro a apagar-se e a ignorância deixada às pessoas que passavam por nós, sem que lhes dêssemos rosto ou figura, apenas objectos apinhados ao redor da nossa realidade formada por sonhos e objectivos comuns, recriados com a força da adultez própria que os psícologos da nova geração tanto descrevem.
Queria era descrever esta sensação de ter medo que o mundo acabe amanhã, apenas porque ainda não te dei tudo aquilo que mereces.
Esta sofreguidão em comer o mundo com a primeira dentada, para ter um pouco mais de tempo para explicar todos os medinhos e coisinhas inúteis que pairam por esta cabeça
TANTAS VEZES.
Poucas, algumas. Certas nem sempre serão.
Vou buscar a fotografia que por aqui deixaste, afixada numa das paredes que delimitam o meu espaço, na minha própria casa.
Oxalá nunca me tenha de lembrar de qual é a tua música preferida, até porque não sei. Desisti de anotar todas as pequenas curiosidades que toda a gente tenta preencher, para tentar mostrar-te melodias que podem ser nossas, criadas a partir da nossa própria inspiração.
Pergunto-me, por vezes, se existes ou és a minha recriação do romantismo realista, da posição equilibrada que tanto pretendia alcançar, do gozo sentido que me corta a respiração por breves segundos.
Segundos
Anos
Meses
Tudo trocado e misturado, como se o tempo em que privo da tua presença não existísse, mas aquele em que estou sem ti fizesse trroça de mim, sem aviso prévio.
Talvez perceba agora o medo que o ser-humano sente da morte e das suas rasteiras. É duro tudo acabar, quando se começava a ganhar o gosto.
Amo-te
Como se dizer a.m.o.t.e se tivesse tornado proíbido, mas eu digo-o na mesma. Vivémos na era da pirosisse instalada, do sexo mediático e achamos brejeiro dizer alto e bom som “ eu amo-te”, mesmo que não o admitamos.


Quero ver-te passar
A dizer que me amas
A dizer que me adoras ver gozar
A gozar
E eu provavalmente ia gostar
Poe detrás dessa luta
Insana
Por ficar menos receoso
Sem conexo
Sem amarguras
Com a sensação de não precisar
Por não precisar
Sem palavras ou dilemas
Só tu e eu.
À noite, onde nos podemos perder
E encontrar
Como tu me encotraste
Como eu te encontrei
Como não nos salvamos
Apenas nos reconhecemos.


“Eu também”