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Wednesday, January 13, 2010

Amor

24/12/2009

Este ano, ano, volto a reconquistar o amor, bem perto do final, onde pensava que já o tinha perdido, bem perante a visualização de alguém que não conheço, que não identifico, que não procuro mais. Eu
Eu volto a amar, bem perto do final, a redescobrir essa doçura encantada, essa fugacidade perante as palavras, essa nobreza envolta nos actos. Este ano não é o único. Nunca será. As quedas, as desilusões, sonhos desfeitos servem para entendermos que nem sempre tudo terá um grande propósito, mas que mesmo assim, bem no final, tudo poderá não estar perdido.
Tudo merece mais, um pouco mais, do que mentiras enlameadas em merda. Merda terna, merda que nos aquece, mas que só nos empurra um pouco mais para fora da realidade.
Este ano, bem no final, redescubro o amor que há em mim e há minha volta. Que a vida é feita de amor, de sorte, de felicidade, de vitórias e de perdas, com um sorriso na cara, apenas porque estamos felizes, entre beijos e abraços, epítetos que nos deixam enternecidos, amizades que valem mais do que aquilo que alguma vez poderíamos possuir, materialmente, nesta extensiva época que atravessamos.


Este ano, volto a reconquistar o amor. Por entre o Luís Miguel que se enrola por entre o piano e a guitarra, o que se deixa surpreender pela praia que se tornou sua, só sua. Por entre a vontade de retribuir o amor genuíno de todos aqueles que nunca deixaram de acreditar que tudo seria possível, um dia. Por entre a fidelidade, a lealdade, a paixão que é viver a vida, como se tudo fosse irremediavelmente imperfeito, mas fosse mesmo aí, no centro de uma anormalidade constante, que consistisse a verdadeira natureza dos dias que passámos por cá.


“O amor que criamos, o amor que entregamos, é o que de melhor cá deixamos”.

Como se bastasse apenas isso. Compreender que a consciência está incólume. Compreender que é nas adversidades que nos tornamos uma força em potência. Que estar feliz num sonho pode não importar, profundamente, mas que é essa a força matriz que nos pode fazer acordar, de manhã e enfrentar um dia carregado, pesado, inútil, se no final, chegarmos a casa e tivermos a certeza que nos amam, como somos, genuinamente, sem cobranças ou preceitos.
Não, este não é um texto supostamente eloquente. Mas é genuíno, como o amor deve ser. E bem no final, redescubro o valor do amor, da vigência que se altera, da falta de compreensão e empenhamento. Da negligência, tantas vezes oferecida, do afastamento pronunciado, mas não concludente.
Se há algo em que deposito todas as minhas forças, constantemente, é naqueles que amo, naqueles que me amam a mim, verdadeiramente. Sem Luís Miguel com aspas, sem Luís Miguel pré-concebido. Sem Luís Miguel fruto de uma concepção irrealista. Mas com um Luís Miguel feliz, triste, compreensivo, carinhoso, histriónico, estridente, lutador, impossivelmente difícil de aturar de manhã, mas real, verdadeiro.
O luís Miguel que lutei tanto para ser e que, num ápice, quase quase desaparecia. Mas a identidade cada um de nós, tem de ser mais forte do que isso. Tem de ser feita de amor.
Não tivéssemos nós no Natal, onde tudo é feito de alarmismos consumistas, agregações de crise, quando a única que existe é a emocional.
O Natal, feito de amor.
É o meu maior presente, este ano, bem perto do fim.
“Presentes? Tenho-vos! Estou viva!”

Best friend . whitney i look to you