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Thursday, September 22, 2005

Amar nunca acaba

Nao me despedi de ti. Encontrei-te perdido sem olhares cruzados onde tu eras a cor e o chao que me davam uma realidade mais sobranceira. Nunca escrevi sobre ti como tantas vezes fiz. Nunca contei o meu desespero de te perder ou a minha incapacidade de reter a tua mao, sobre essa luz escassa da qual fujo ainda, cego que sou, ofuscado que serei sempre que permaneces ao meu lado.
Tenho ainda medo que algo te leve para longe de mim, por isso nao escrevi, por isso nao contei, por isso tornei me espelho de uma realidade que nunca conseguirei deixar de ser, apenas para ninguem suspeitar a forca que vive ao meu lado.
Custa-me sofrer e custa-me fazer te sofrer, mas como Frederico Lourenco referia, "Viver sem chorar nao e viver".
Nao. Contigo nem sempre foi a textura que eu sempre idealizei, nem a partilha que sempre tentei alcancar. Sem saber porque muito bem, deixei-me nesse teu amor que me tornar indiscutivelmente mais fraco, mas mais corajoso.
Agora sei porque nunca escrevi sobre ti. Porque nao ha nada que eu possa escrever que te faca voltar para o meu lado e repetir suavemente as palavras que tantas e tantas vezes proferias, quando me lembrava de fazer alguma birra digna de uma resposta a altura que tu raramente me davas.
Nao ha nada mais que eu consiga transmitir. Todo este amor que sempre senti cala-me e sussurra-me que ha certas coisas que e melhor nunca sairem de dentro de nos, apenas porque eu sei que tu ja as sabes. Que te amo, que talvez sejas "para sempre", que estou longe mas que estou sempre contigo, que me entopes o pensamento a ponto de eu ficar bloquado quando sou obrigado pela forca do coracao a transmitir alguma coisa por ti. Custa-me tanto...como sempre custara.
Na neve encontrarei a fuga para esta tua perseguicao constante nos meus sonhos. Por enquanto - e como sempre - fico a espera de encontrar o teu olhar.

Acho que nunca me vou despedir de ti...

You were right
and i don t wanna be here
if you gonna be there
was that supposed to happen?

Amar nunca acaba. E como se o mundo tivesse a minha espera. e eu vou ao encontro do que me espera.
Clarice Lispector

Nota: no teclado polaco faltam algumas teclas, como os assentos...