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Tuesday, April 21, 2009

Seriamente

Seriamente.

Alguém que nunca nos viu, mas que sabe quem somos. A carregar flores por entre os braços e a oferecer-nos um sorriso ligeiro. E é aí que pensámos “ esta porra não faz sentido”.
Há que admitir que não compreendemos o percurso dos nossos caminhos e tentar fazê-lo só faria de nós seres ainda mais patéticos do que algum dia seremos. Há que o admitir, para que possamos ser um dia

Alguém, seriamente.

Rodeados de determinações escolhidas por nós, seriamente. As escolhas, as hipóteses rejeitadas, as oportunidades criadas e os lugares onde indubitavelmente me trazes e me fazes reviver de cada vez que pousas as mãos por entre a minha disfarçada fragilidade.

Ironicamente

Finjo que não possuo a certeza de não controlar tudo aquilo que posso ter. Finjo, apenas porque não controlo, verdadeiramente. Sem inocência ou falsa impressão, na conquista por uma fidelização da afirmação “esta porra não faz sentido”.

Nenhum

Por isso, cometemos novamente o mesmo erro, até o conseguirmos converter em algo irremediavelmente correcto. E por aí vamos, por aí vou.
Com a força que conquistamos, com a força que conquistei, por entre os sonhos que se foram matando, sem perder de vista o meu inimigo e gritar “esta porra não faz sentido nenhum”. E aí vamos nós

Aí vou eu

Ninguém pede novamente uma segunda oportunidade, porque nunca saberiamos o que fazer com ela, como nunca soubemos. Guardamos as promessas de um amanhã um pouco melhor e aí vamos nós.

Aí vou eu

Embrenhado nas confusões alheias, solto, preso, a tentar reter os paradigmas, a fim de os descontruir sem nunca os compreender totalmente. Sou preguiçoso demais, sequer para o tentar. Em vez disso, escrevo na tentativa de fintar a minha própria consciência e fugir novamente aos lençois onde me custa adormecer sem contar as estrelas contigo e recomeçar onde nos enganámos. Mesmo sem tempo, mesmo sem velocidade vertiginosa que tudo tem a sua demora. Mesmo sem meios, mesmo sem fim. Viver a vida plenamente sem consideração a não ser pelas nossas escolhas, que o a amnhã chega depressa e quando dermos por ela, estamos presos a uma cadeira de rodas e não dissemos “amo-te” as vezes necessárias e aí sim, “nada disto fará sentido”.

Nada

E eu escolho amar-te sem retenção de custos, mesmo que a inflação não me permita. Escolho perder-me nessa rotina desgastante e tentar sobreviver sem nos condenar a um suicídio lento, de cada vez que nos encontrarmos e conversarmos, em vez de falarmos. E talvez aí o meu reflexo não seja um problema e faremos tudo como quisermos, como bem entendermos, sem cometermos o mesmo erro, outra vez.

Eu escolho-te a ti. Talvez assim, sejamos alguém.

Seriamente

Ninguém precisa de rotinas ou inocências perdidas para se reencontrar. É por isso que te trarei para casa, a qualquer dia e hei-de ficar a ver o teu respirar na esperança que o teu sorriso me encha e possamos novamente viver, talvez voar depressa, para algum lugar só nosso, onde a memória não nos traia e as nossas escolhas fiquem assentes na maturidade que consquistamos e na partilha que realizamos, como se uma partitura se tratasse. Como se não existisse nada lá fora.

Seriamente.

Só nós e o Caetanos a sonhar acordado na nossa presença, sem ser preciso juntar o que vem detrás, apenas o que está para vir e o presente que é o que de mais valioso te posso oferecer – esse momento vivido em tempo real, em conjunto, como se de um plano secreto estivéssemos a falar. Sem nunca te esquecer, sem me interessar por mais ninguém, apenas contigo na minha inspiração, a tratar de ti, apenas porque gosto de ti, sem ser da boca para fora.
E eu sei que estás comigo agora.

Esta porra at+e faz algum sentido.

Seriamente.