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Friday, January 30, 2004

Lembro-me de ti, frequentemente. Lembro-me dos risos cúmplices, dos olhares entrelaçados, dos gostos díspares como se tudo impedisse a nossa amizade. Gritamos tanto que chego mesmo a ter saudades do teu grito...de me sentir feliz, de me rir apenas por estar contigo, de estar bem apenas porque estava contigo.
Não te condeno por teres traçado o teu caminho e finalmente encontrado alguém que te preenche. Não te condeno por nada.Mas acuso-te. Acuso-te de teres deixado morrer algo que nos unia, de não teres tido a coragem para ficares comigo ao mesmo tempo que ficavas com o teu namorado e de me teres deixado um ganda buraco, nao sei se no coração, mas pelo menos na alma.
Tenho saudades das maluqueiras que faziamos, das viagens programadas no último segundo, das noite em que dancávamos até os nossos corpos exaustos pedirem por um minuto de descanso.
Principalmente tenho saudades, de te dar um beijo forte e um abraço apertado. Tenho saudades de te acordar, antes de sair pela porta para só voltar no fim-de-semana seguinte.As pessoas que ganhei com a tua saída são bonitas, mas não têm dentro de si aquela luz que me cegou, que eras tu.
«você é assim um sonho para mim», disseste-me uma vez. Acho que também tenho saudades disso. De quando andavamos de mão dada e iamos assim, felizes para todo o lado. Se calhar não fui eu que te dei o suficiente. Se calhar fui eu que falhei. Mas bastava teres pedido e eu tinha dado...

Thursday, January 29, 2004

Memória Perdida

Tenho saudades tuas, nossas. Pensar que um dia achei que nunca mais te largaria, que eventualmente ficaria contigo para o resto da minha vida. A meu lado. Para me amparar e para eu cuidar de ti.
Queria dizer que estou revoltado. Não!Isto não pode acabar assim! Uma amizade de tanto tempo ( e ao mesmo tempo de tão pouco), com tantas coisas maravilhosas partilhadas, tantas brigas felizes, tantos abraços comprometidos, tantos risos coincidentes...enfrentei tudo por ti e bastava sentir que estás mal, que enfrentaria tudo outra vez. O pior é que começo a achar que não me dás valor. As mensagens no telemóvel começam a saber a pouco, muito pouco. São apenas palavras soltas, que não acabam por ser demonstradas na prática.
E eu preciso de ti, aqui e agora. Já! Amiga, companheira, irmã...O que mais me doi é que não lutes pela minha amizade, pelo amor que nos uniu durante tanto tempo e que invejou este e o outro mundo. Sim, porque himilha-me tu não fazeres nada para que o teu namorado deixe de sentir ciúmes de mim. Porque eu lutei quando estive na tua situação! De repente vem-me à memória aquele jogo tipicamente de adolescentes que fizemos. No meu dizia que gostava de ti a 80 por cento, no teu a 70 por cento...Algo mudou em mim e eu não sei o que. Houve uma pessoa que me despertou alguma coisa que eu julgava enterrada, pertencente a uma idade em que não sabia bem o que queria. Afinal continuo sem saber...

Já não tenho coragem para falar contigo, já não tenho coragem para te dizer que tenho saudades tuas e choro por dentro e por fora a tua ausência. Procuro em todas as novas faces alguem como tu, tento substituír-te, mas inexplicavelmente, não consigo...Porque ninguem me despertava como tu, porque ninguem me compreendia como tu, porque ninguem me enfurecia como tu...fazes-me falta. Já nem sei bem o que sinto e choro por não saber. Sei apenas que não é apenas gostar, é amar, independentemente de que tipo for, porque isso também não é relevante.

Já não tenho palavras. A tristeza de não partilhar os dias contigo, confunde-se com a eterna saudade. Já nem o robbie w. me acalma, porque também ele me traz a tua memória, memória perdida. Memória perdida, mas nunca esquecida, porque tu és, de facto, inesquecível.

Beijos de alguém que sente a tua falta.