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Sunday, June 28, 2009

Pele




Entrei no carro e esqueci o nome que me fora dado. Perdi-me nessa inocência requisitada a momentos breves e no sonho que idealizei como meu.
Carrego-o na minha mão, persistente, umas vezes escasso, outras, maior do que eu. É ele que me embala e que me sossega. É ele que me torna na razão máxima de ternura e raiva. É ele que me leva.

No sonho que possuo
Na leveza que tantas vezes peço
Musicais que não existem
Pedras que não me atingem
E um sorriso a conter a seriedade.
Fixa.

Como o suspiro que transpira, entre bafejadas de sol radiante a pedir um pouco mais de complacência para com a pele. A tua. A tocar na minha, como se fossem uma só, como se o sonho fosse um só e tudo fosse eternamente perfeito e conciso. Tu a quereres-me, eu a querer-te e o desejo a vaguear à nossa volta e eu a esquecer-me do mundo nesse mesmo momento.
A tua mão a acompanhar-me, e a ajudar-me a segurar a nossa construção. Casas, crianças, comida e um prato único.
Telas em que nos revemos, no escuro, onde não conseguimos ver nada para além da esperança que é acordar e sentir a tua pele a tocar na minha.
Não há muito para além disso. Há sim, gargalhadas perdidas e perfeitas, momentos nossos, como quem sabe que o amanhã pode não chegar e tem de absorver toda a ternura num só momento. Como quem sabe que nem um oceano chegava para demonstrar toda a cumplicidade adquirida. Como quem sabe que não há uma gota que não pertença à nossa pele, húmida e carregada de trejeitos, mas sempre à espera de sentir que o sonho vale sempre a pena, mesmo até quando a alma é pequena.
Que Forbela e o Camilo tinham razão, que a Pedrosa e o Esteves também. Que nunca ninguém se enganou em relação ao amor, nem mesmo eu.
Enquanto guio, as paisagens são condescendentes comigo, fazem-me viajar por entre elas, fazem-me viver uma vida que espero ainda agarrar como sendo minha… E pensar que todos os caminhos vão dar à tua imagem, que me acompanha e me seduz… Que me ilumina tantas outras vezes.
Na rádio, não há música, não há lágrimas, não há sentimentos a deambular. Apenas uma voz a repetir que este ano é o último para amar, para conquistar, para defender o sonho que nunca ficou esquecido, apenas à espera de alguém que valesse a pena partilhar, conquistar. Nunca perder, como outrora. Por ele faço tudo.

Caio
Escorrego
Mergulho
Salto
Fixo-me
Desapareço
Sempre na esperança que o amanhã me leve e me mostre aquele lugar encantado, longe do fim. Perto de ti.

Perto de mim
Perto de nós
Onde nunca nos perdemos
Onde nunca perecemos
Face à luz
Face à vida
Na conquista do sonho
Na conquista de nós.

Enquanto é Verão, chove sempre. Não entendo mais de Estações e épocas favoráveis a nada. Tudo o que nos ensinaram está errado e não confio mais na passagem de conhecimento através da imposição de materiais ou acções. Não sou programado para mais nada a não ser para conduzir por aí, na esperança que entres no carro e não omitas tantas palavras como os teus olhos pedem para não o fazeres. A ver se meto a 5.ª e me e fugimos os dois para outro lugar, que eu estou cansado de esperar que me carregues, onde o sol não queima a pele fina, branca, delicada, permeável ao teu suor. A pele que me entende, a pele que sabe o que sinto, porque também é queimada.
A pele que é minha. E o sonho também.
Nossa. Nosso.



Best Friend. Skank - Vamos Fugir