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Monday, August 06, 2007

Falso Alarme

Saí sem pensar, sem compreender se eras tu que me seguias ou se era eu que te trazia. Comigo, sem recordar a força que me davas e que eu nunca quis, a não ser a tua.
E foi aí que deixei de pensar, mas em que tudo realmente fez sentido. Sem correcções apontadas por terceiros ou falta de inspiração vagamente iluminada.
Fiquei absorto pela imaginação surreal em que ninguém me perdia e onde a confusão tinha por fim, desvanecido.
Como se eu soubesse voltar atrás e impulsionar tudo aquilo que sempre quisera ter. Em mim, dentro de mim, para mais ninguém saber, apenas para tu sentires.
Vi-me a desaparecer lentamente, à medida que me afastava. Os dedos que outrora arrancavam, desapareceram para nunca mais voltarem a indicar-me o caminho que tantas vezes se me avizinha como perdido. Não tenho intenções de corresponder a insegurança de alguém que só me encontrou entre os resquícios da minha letra, por entre o meu nome e tudo aquilo que faço meu, um pouco à minha imagem.
Enquanto saio, tento esquecer o barulho que me impede de ouvir os teus chamamentos, entorpecido que estou pela minha própria aceleração. Ruídos que me desconcentram e não permitem que te ouça. Ou então nunca me pediste para voltar.
É aí que corro, cada vez mais depressa, a ver se a frustração que tanto me quer abraçar, se perde e não me encontra. Esse falso alarme que tantas vezes se parece com a tua voz, que julguei nunca mais querer ouvir, torna-se confortável cada vez que reconheço que afinal sempre gostara. De a ouvir e de a reter, como se achasse que nunca mais te encontraria. Como um prenúncio de um fim anunciado que esperei sempre encontrar nesse desengano infantil, de quem já teve aquilo que sempre quis segurar.
Exausto, sem respiração controlada e sem nada ao meu alcance, onde me possa apoiar, paro a ver se a respiração volta e eu nunca mais me volto a sentir sozinho, mesmo quando sei que mesmo que olhe para trás, tu não estarás lá para me ver partir.
Isto não é sobre o teu orgulho ou a tua incapacidade de fazeres perdurar aquilo que se quis construir, lentamente. Lentamente, como se a incapacidade de gerir uma vivência, fosse transparente.
Apoiado na parede, a ver se não caio novamente nessa armadilha que é esperar que venhas ao meu encontro, deixo-me pensar que ganhei essa infinita batalha de pensar que posso prender a saudade que ainda hei-de sentir e se calhar, nunca mais precisar dela.



K T Tunstall - False Alarm