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Thursday, February 28, 2008

Heroi

Poderia estar horas sem saber o que te contar e o que te dizer. A verdade é que a expiação da alma faz-me mal e eu sempre o soube. Noctívago que sempre hei-de ser, esperei sempre que voltasses, sem nunca compreender a essencia do que deixaste em mim.
Fiz de mim heroi, a fim de permanecer eterno na tua memória, a fim de me carregares sempre por essas aventuras que só tu vivias. Há pessoas que se contentam em testemunhar as vitórias dos outros, perdidas entre a vaidade que não lhes pertence, felizes por poderem comtemplar a vida que não lhes pertence. Creio e parece-me que contigo sempre foi um pouco mais do que isso, mas nunca chegou a estar muito distante dessa ideia que tenho agora como clara em mim.
Amar-te nunca foi preciso. Amavas sempre o nojo humano que te circundava, a fragilidade alheia, a inocência conspurcada e tantas vezes esturpada. Afinal, dizias tu, é disso que a massa humana é feita, de sonhos entrelaçados na esperança de um dia podermos esquecer aquilo que sempre nos fez bem, aquilo que é bom de guardar, aquilo que sabe bem.
A mim, só me sabia bem quando te tinha por perto. Quando era contigo que o ar entrava nos meus pulmões e me fazia respirar um pouco mais, sempre. Hà quem lhe chame obssessão, mas era por ti que não morria, numa dessas feiras de horrores onde só tu tu brilhavas, onde todos te queriam e ninguém reparava que era comigo que invariavelmente acabarias por fechar a casa.
Amar-te nunca foi preciso.

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