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Friday, October 03, 2008

Futuro Presente

Escreveria um poema, se pudesse. Desses que fazem as pessoas sonhar e querer acordar, apenas quando se tem a consciência que já o realizamos, por completo.
A ver se me perco de ti, onde invariavelmente me encontro facilmente, por entre o riso que é só teu e as inconveniências de uma criança que teima em não querer ser adulto.
Adulto
Esse estado de profunda comodidade, onde nada se cria, apenas se vicia o sentido que a realidade cheira e sabe, a ver se nos esquecemos o que era nunca termos responsabilidades acrescidas.
O que foi.
De inocência refeita na tua presença que me oferece a segurança inerente a qualquer sensação perfeita e incólume, como se o mundo se baseasse na força dessa palavra que inebria e embriaga, como se fosse de ti que bebesse.
Cada palavra
Cada abraço
Cada beijo e o mundo pudesse acabar amanhã, que mesmo assim não teria medo.
Medo apenas que o nosso reencontro se proporcione às pessoas que nos rodeiam e que tenhamos sempre consciente que o que possuímos é a vida que sempre quisemos e que nunca havíamos construído.
“ Entre a sensação de ser teu
E de não me encontrar sem ser em ti
A fazer de conta que não te importas
Como se não significasses o mundo para mim”.
E afinal, todas as regras impostas por um ser em constante mutação e que acabou por buscar no racionalismo convicto a sua maior arma de defesa, não funcionaram. Perderam-se-desgataram-se-engoliram-se-absorveram-se
E fiquei eu à espera de ser liberto, à espera que tivesses o que realmente era necessário para me libertar. Foram-se os conceitos e as noções vagas do desenrolar próprio das equações mal definidas. Primeiro os números, depois as chavetas e só depois um resultado, mais ao menos certo.
Perdi a arquitectura do tempo, composta por mim. Os momentos passaram-se a criar e o riso voltou a ser da criança que tinha ficado escondida entre os sonhos de infância e a esperança que tudo fizesse sentido, no final.
O tempo.
Esse mago recriado por mim. Ditador de finais premeditados, desculpa incontrolável para tudo ter uma ordem certa, rotina e desgaste próprio a ver se me esquecia do que realmente importava.
Essa ordem natural, cheia de tudos e de nadas, narrações lidas por mim, tirano da minha própria vida, a ver se algum dia encalhava na tua estrela e me fixava por ela, enquanto me curava.
O tempo há muito que foi esquecido. Restam as memórias que tenho de algo que ajudei a criar e do qual me sinto muito orgulhoso. De poder iniciar toda esta vontade envolta em esperança de que anos mais tarde, nos recordemos de como tudo tem um início incerto e um resultado puramente certo, apenas porque o resultado das contas é o correcto.
Correcto és tu para mim, entre a pele morena que me faz querer mais, sempre que a alcanço. Correcto é a tua dicção e construção frásica, apenas porque já não me importo com a ordem. Passei a ser caos, enquanto enalteço o caminho mais fiável que segui, até hoje. E perceber a importância do toque e entender que é uma das grandes particularidades do ser-humano. Ter a percepção que é dele que tudo advêm, do prazer sensorial até ao arrepio mais íntimo, quando me dizes as palavras que eu nunca tive coragem para admitir que queria ouvir.
Contigo, o lugar encantado tem um novo formato e um novo carisma. Um novo interesse e uma vontade enorme de passar o resto dos dias a perder-me no espaço e acordar novamente do teu lado, quando nada o faria prever.
“Acordo e sinto-me vivo novamente”
Na junção das mãos, onde desperto para uma realidade e uma perspectiva cada vez mais nova, mas que me parece mais familiar que nunca. A contradição parece algo cada vez mais coerente, mas a verdade é que só a tua visão me faz explodir de alegria e Êxtase, como se fosse tudo da primeira vez, sempre. Como se fosses tu, sempre. Como se não fosses. Como se tivesses sido sempre. Como se não fosses. Como se fosses tu para sempre. Como serás.
A tal da espiral da paz de que me falas, dá-me um certo alento, também. Saber que não importa onde Co lo co as palavras, ao invés de fazer tudo na maior perfeição na tentativa de disfarçar a falta de junção. Como não o é contigo, onde o momento mais profundamente banal, se torna o mais perfeito de todos e mesmo sem o tentar, tudo me soa bem, apenas porque é contigo.
Releio as páginas do meu diário, livros escritos, gravações próprias de alguém que começara a desistir de procurar. De te procurar. Afinal sempre existias e eu sabia, estavas mesmo ao lado.
Acordei e gritei
“Sò o amor me faz correr
Só o amor me faz querer mais”
Desisti de ter medo e o tempo passou a estar a meu favor. Partilhar um dia contigo é mais do que suficiente para tudo ter sentido. Como só tu fazes sentido, em tudo aquilo que me fazes querer ser.
“És real e és meu
Eu sou fogo e tu o meu ar
Eu sou tudo por ser teu”.

Best Friend Rádio Macau Cantiga de Amor

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