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Thursday, May 20, 2010

13.º Mês


Incrementos poéticos, falsas verdades que todos vamos repetindo, diariamente, como se compreendemos profundamente as regras e não atingíssemos a percepção máxima de que, no fundo, seremos seres autónomos e plenamente reconstruídos através da emissão de signos enviados por alguém, que, evidentemente, não é superior.
Tudo tem regras e fracções múltiplas e pelo meio, bem entre as várias linhas de subjugação, entre as prateleiras do Salazar e do neo-liberalismo de Sócrates, mostram-nos Marx e a política da prevalência de uma certa igualdade.
Lêem-nos excertos, uma frase, talvez um parágrafo e tudo fica decorado. Depois, acorrentam-nos ao falso moralismo, tradições cada vez mais confusas pela modernidade que não aguenta a pressão de não conseguir evoluir e vai buscar inspirações aos anos 80.
Tudo é reinventado e não há mais espaço para a originalidade.

A sociedade é diferenciada pelos múltiplos grupos sociais que alguém denominou e crescemos nessa diferenciação. Os paradigmas parecem outros, mas são os mesmos, apenas com uma nova roupagem.
Evoluímos na procura de um ídnice que nos apresente valores sólidos de uma melhoria de vida, de uma esperança tardia em resultados, quando os problemas continuam a ser os mesmos.
Falta de liberdade. Falta de expressão individual, falta de autonomia.

Falam-nos da constante criação de PME’s e de apoios vindos de instâncias superiores, de facilidades a quem é empreendedor, mas todos os dias vemos as lojas a fecharem-se na rua do costume e alguém a regressar a casa mais cedo, apenas porque foi despedido.
Há uma desmotivação crescente de uma população habituada a viver às custas de outro alguém que deixou de existir, ou que pelo menos, que adormeceu e não consegue mais arcar com o peso sôfrego de milhares de pessoas que vivem nesta intensidade.



Por um lado, temos aqueles que vivem e subsistem pelo mínimo instituído. O RSI veio para clarificar que Portugal é um país repleto de bons parques públicos e bonitas praias, onde a droga abunda nas ruas daqueles que vivem às contas de um Estado que durante anos quis ser Paternal e agora quer que todos os seus educandos se tornem independentes à força.


Por outro lado, temos os milionários, donos de grandes empresas, políticos e futebolistas que pouco se apercebem do que vai acontecendo, a não ser o facto de existirem mais arrumadores às suas portas e as pilhas para o comando da piscina terem subido mais 20 cêntimos, este último mês.


A política está repleta de corrupção e ninguém sabe muito bem em que ponto Portugal realmente se encontra. Temos de aprender todos a viver na

Surpresa dos instantes como diria a Sophia.


Na surpresa de o salário ser desviado para o Estado – cada vez mais -, na surpresa de não recebermos o subsídio de férias, na surpresa de simplesmente não termos dinheiro suficiente para pagarmos o crédito de tudo aquilo que nos disseram que nos faria FELIZ.
O problema é que, continuam a enclausurar-nos entre preconceitos em relação a uma vida descolada e a incluírem-nos conscientemente, fantasias rocambolescas de ideias mais ao menos desenhadas por outra pessoa - de que ser feliz é ter um emprego estável! um bom ordenado! uma relação estável! e um grupo de amigos igualmente bem sucedido!.
Parece-me praticamente impossível conseguir conciliar todos estes factores, nesta época de crise e de cultura financeira-económica global.
Não sabemos onde estaremos a trabalhar amanhã, a fidelidade nas relações esqueceu-se como valor fundamental, há já algum tempo, e não há dinheiro para pagar as taxas de juro que nos pedem, mensalmente.

No meio desta ruptura de valores que deveria estar a acontecer, recebemos a bênção divina e focam-se questões chamadas “fracturantes”, como a homossexualidade e o aborto por uma personagem que não tem mais lugar na nossa história. Personsagem idolatrada como se fosse um membro dos U2 e os bilhetes esgotassem em 2 minutos. Personagem essa, que apenas consegue abarcar a verdadeira fraqueza de espírito, daqueles que por não terem agilidade mental auficiente, para conseguirem reflectir naquilo que é verdadeiramente humano, se agarram a concepções formatadas.
Como se o amor fosse difícil de compreender, mesmo que seja entre duas pessoas do mesmo sexo ou como se, de facto, o que cada um de nós faz com outro alguém, fosse realmente importante para um país (discutir (durante meses)), que está praticamente perto da ruptura.

As forças estão mal orientadas.
Deveríamos estar concentrados e unidos por aquilo que realmente faz falta a uma população que deveria fazer mais por si e importar-se menos com a intimidade de cada um. Que deveria saber o que fazer com a Liberdade, que deveria fazer manifestações para expulsar os autarcas que roubam consecutivamente ou os políticos que governam erroneamente, também consecutivamente.
E não é difícil, e é pena, mas parece que Agustina tinha razão quando sublinhava que “
pensar é sempre o mais difícil”.

É tão fácil governar quando se segue um sistema de consulta da vontade do povo e a única normativa é que todas as acções contribuam para o bem-estar do povo.

Ernesto Guevera de la Serna


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