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Wednesday, May 12, 2004

Sombra


N percebo. Não percebo porque é que não consegui ser sincero com estas pessoas que me estenderam a mão, que mostraram ao meu lado, independentemente do que acontecesse, independentemente do que alguem dissesse, independentemente do que eu fizesse.
Pequeno, frágil, triste é assim que me sinto, porque são tantas a svezes em que sou mal interpretado, em que as pessoas me julgam porque me rio e choro ao mesmo tempo, porque sinto a vida a fugir-me, a correr mais depressa do que eu e tenho medo de ficar sozinho...Por isso rodeio-me do máximo de gente possível, para tentar esquecer que não consegui amar, quem já me teve, nos braços, na alma, no ser.
O estômago dá voltas, peço para que a música não acabe já, porque eu tenho de continuar embriagdao neste sentimento que me faz querer ser mais do que eu, que me impede que salte do 12 andar e acabe com este sofrimento que tantas vezes a vida me provoca.
Que sou fraco, que sou sensível, que sou o que toda a gente quiser, mas porquê de me tentarem por rótulos, de me julgarem, de me tentarem diminuir?
Luto contra isto todos os dias da minha vida e em todos os eles, salvo raras excepções, vejo-me a falhar. Que fado, porque me parece tudo tão cinzento, quando o sol brilha lá fora?Não quero ir treinar, não enfrentar ninguém, não quero ter de ser como toda a gente, não quero deixar de cantar todas as manhãs, não quero ter de gostar de quem não gosto e do que não gosto.
Achava que já tinha ultrapassado tudo, que tinha vencido esta batalha que tanto se advinha, que tanto me arrasa, mas volta sempre ao início.
Quantas vezes terei de passar por cima dos outros e de mim mesmo?Quantas vezes vou acordar sozinho sem ninguém que me abrace e me diga que vai correr tudo bem?
Afinal porque choro? Por continuo a ser eu? Afinal porque vivo? Não quero perguntas, quero apenas sentir este vazio, que de tantas vezes me acompanhar, se tornou na minha sombra...E sempre que tento fazer alguma coisa bem, algo corre mal e sempre que tento sorrir alguém me deita abaixo e sempre que tento amar, alguém foge. Vou fugir também

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