Followers

Sunday, May 16, 2004

Tu que vagueias de noite sem rumo ou direcção, que marchas contra o tempo sem nunca olhares para trás, que és forte e me prometes um lugar entre a corrente que tenta arrastar-me, que me protege de todos e apenas de aqueles que me tentam afogar com palavras ditas à pressa e risos despercebidos e inúteis.
Dizem que não posso empregar adjectivos às palavras, dizem que implemento conceitos, dizem muita coisa. O teclado corre por cima da minha mente, que se arrasta já a altas horas.
Lá fora tudo brilha. Há uma beta que acaba de dar o primeiro beijo de muitos, no gajo pelo qual chora todas as noites e que ainda a vai tesrpassar com uma qualquer, muitas vezes, só para que ela continue a ter motivo parar chorar, há um homem que veste um vestido vermelho e quando as luzes brilham já é a Madonna e sente-se ali mesmo concretizada, porque a felicidade é passageira e ele sabe-o, por isso dança, para trás e para a frente, "Just Like a Vigin", sempre na esperança de ser reconhecido e não conhecido ao ponto de o filho o ver na capa de uma dessas revistas com pouca tiragem e que ninguém compra, com uma cabeleira loira. Hà ainda uma mãe. Uma qualquer que ri, satisfeita, a ver o "Chocolate Com Pimenta", enquanto o filho acalma a sua dor com o chizato das aulas de Educação Visual.
Tu que não te apercebes disto e de me dás a mão quando o absinto já sente por mim, que grita comigo apenas porque sou parvo o suficiente para acreditar que toda a gente consegue ser boa, que me abres o coração quando eu acredito que todos merecemos uma hipótese, tu que gostas do que eu sou e não do que tento ser, tu que me sentes e não me deixas ficar para trás, mesmo quando digo que quero e fujo.
Não me percas. Leva-me contigo e faz-me continuar a ser mais e sempre melhor, a teu lado, para que possa ser também e por várias vezes, Cavaleiro Andante e não olhar para trás e recordar todas aquelas coisas más.
Tu que não conheces a prodidão da vida, que bebes como se fosse a primeira da última gota, que me ouve quando já a minha alma pede para me calar, que me sente e não me mente, que fica comigo e enfrenta tudo e de vez em quando tdos, apenas por mim, não me percas. Faz-me acreditar que as hipóteses são pa todas e pa nenhuns e que eu ainda faço parte do todos, faz-me buscar o melhor de mim para que eu possa ver o melhor de ti, faz-me cantar todas as manhãs quando apenas quiser ouvir o barulho pleno do motor do Fiat Uno a chegar, reparar naquele riso hipócrita algures no Bar e na professora que nos julga mimados apenas porque andou numa Universidade Estatal.
Tu que vives muitas vezes para mim, que jantas em minha casa, que já partilhou comigo o mesmo acordar, vezes sem conta, que me abraça quando tudo vai correr bem e me impede quando tudo corre mal. Que me alimenta a espeança do amor impossível, da vida impossível, do choro impossível, nesta vida impossível, não me percas, porque eu não largarei a mão, poderei apenas dar a outra mão a alguém que ma estenda, também, mas ficarás sempre aqui, do meu lado esquerdo, que é onde ficam todos aqueles que me desiludiram, mas souberam continuar a desiludir-me com uma nova gargalhada, com um novo abraço, com um novo aviso, com um novo olhar.
Dizem que a escrita revela tudo aquilo que sentimos.Eu digo que apenas revela parte de mim, porque a outra, ainda nem eu a descobri, mas sei que existe, algures. O meu texto dá voltas, fix--se em todos os pontos, sem se centrar num único aspecto, porque a vida não é, nem pode ser simplista. O teclado, afinal é lento, o corpo só quer dançaqr, a mente só quer descansar.
tu que vagueias por aí, sem nunca te esqueceres, entras em casa porque te dei a chave que nunca te pertenceu, que me impedes de romantizar a vida, porque ela é negra e preversa, que vasculhas no meu frigorífico e nas minha s torrradas, cura para a tua fome de amor, tu que me queres na cama a recitar poemas e a cantar uma música qualquer Nelly Furtado, tu que me levas a passear e me fazes esquecer que o vento corta a minha mão, tu que não tens vergonha de seres o que és, apenas porque eu sou o que posso ser. Tu que te preocupas e me ofereces protecção para todas as doenças, ou quase todas e em buscas em todas as caras um novo TU!
Sim, tu que me ajudas, que me dizes quando erro, e por vezes quando acerto, que me trazes presentes do Brasil e me deixas sozinho numa dessas noites da queima e fazes com que leve tesouradas apenas por olhar para ti. Tu que estás aqui e aqui ficarás, nunca me percas, porque eu nunca te perdi e jamais o conseguirei fazer.*

No comments: