Followers

Tuesday, June 29, 2004

Que luz, que infíma música a embalar-me no desassossego dos meus sonhos que nunca se tornarão realidade. Apago o rádio, apago a luz, apago-me a mim. Tudo o resto é ´pó, tudo o resto sâo fronteiras entre mim e os outros que ainda não percebi se devem ser quebradas. O maor continua a guiar-me, através do sol, do azul, das tuas músicas sem sentido, da luz que me alcança e se apodera de mim, como se não eu fosse nada nem ninguém, alma solitária que nunca deixei de conseguir ser. Em breve completo mais uma etapa, em breve caio, levanto-me, subo e desço, mais um sentimento, uma vida, um sorriso, quem sabe o teu, perdido algures entre o egoísmo com que não te dás e as noites fugazes em que encontras cura para a tua incapacidade de sentires e seres sentida.
Escrevo para ti e escrevo para ti, como se nunca te tivesse conhecido, como se a tua Estrela nunca me tivesse guiado, embrerenhado neste sentimento que me continuam a dizer que é bonito e vale a pena ser vivido. Lá fora, espera-me um mundo que enfrento, com cautela, medo e observação, com um sorriso na alma que me denuncia, com um peso nas costas. Vivo porque tenho de viver, sobrevivo, porque arranjo forças, por aí, em alguém que giosta de mim e não se importa se as casas que desenho são grandes, pequenas, que não se importa se gosto de molhar a bolacha no leite ou rir ou cantar ou ser teu logo pela manhã.
A História é simples, a História é banal, a minha estória +e verdadeira, porque não me liberto dela. poruqe nunca te tive, entre mim, nos meus braços, entre o meu peito, sem os risos dos incautos, sem a inveja dos que se olham ao espelho e não veêm metade do que sonham. E que serei eu no meio deste círculo que não gira, que não permanece, que apenas se absorve na esperança de vibrar, de contentamento, de amor.
Queria ser sempre teu e tu minha, pegar na minha mota e fazer contigo o que ninguém ,nem tu, fizeram comigo, mergulhar no teu sangue, afogar-me nos teus olhos, mentir-te bem alto. Queria ser luz, tua. Fogo, teu. Amor, só amor. Conhecê-lo, cheirá-lo, vê-lo, falar-lhe todas as manhãs, amar-te.
Que luz, que infíma luz , que me arrasa, me acende e me apaga, para no fim me deixar só, vagabundo. Queria ser vagabundo contigo, dar-te a mão e nunca te perder, viver e adormecer, assim, pequeno e frágil, por entre os meus arco-íris de infância. Queria ser teu, queria tanto ser teu...Lembro-me de todas as vezes em que te perdi e fugi, de ti,assim, loira, ruiva, morena entre uma saia da moda e um cigarro de uma marca qualquer.
Ao pé de ti, nada era romântico, bonito ou supérfulo. A vida era rasteira, fria, fácil e desprovida, de tudo e de todos. Não era mentira, era tudo ali ao prazer da carne, do sexo, da cama e da penetração, fugaz, limpa, como se os nossos corpos não se pudessem destruir e eu fosse ali, naquele momento, cinco vezes mais do que quando te amaei, numa praia qualquer, a minha Praia, ao som de uma qualquewr música irritante. E eu ia ao som dela, de ti, "ès o rapaz que nasceu entre a minha estrela", cantavas-me, e era eu que te percorria, com as mãos, com prazer, com o coração, com os olhos. Vazios, por nunca mais te terem visto, felizes por não se cegarem com a imagem da tua memória, amantes de tudo o que tenha o teu toque, fugaz e impávido.
Escrevo para que tu ninca voltes, sem eu tar acordado, levar-te para a cama e nunca mais acordar, sem ti, sem mim. Para que a fala assuma o seu papel com coragem, neste mundo de "competências e técnicas", onde tudo parece fácil demais, e Às vezes até é.

Miguel Praia

No comments: