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Friday, January 30, 2004

Lembro-me de ti, frequentemente. Lembro-me dos risos cúmplices, dos olhares entrelaçados, dos gostos díspares como se tudo impedisse a nossa amizade. Gritamos tanto que chego mesmo a ter saudades do teu grito...de me sentir feliz, de me rir apenas por estar contigo, de estar bem apenas porque estava contigo.
Não te condeno por teres traçado o teu caminho e finalmente encontrado alguém que te preenche. Não te condeno por nada.Mas acuso-te. Acuso-te de teres deixado morrer algo que nos unia, de não teres tido a coragem para ficares comigo ao mesmo tempo que ficavas com o teu namorado e de me teres deixado um ganda buraco, nao sei se no coração, mas pelo menos na alma.
Tenho saudades das maluqueiras que faziamos, das viagens programadas no último segundo, das noite em que dancávamos até os nossos corpos exaustos pedirem por um minuto de descanso.
Principalmente tenho saudades, de te dar um beijo forte e um abraço apertado. Tenho saudades de te acordar, antes de sair pela porta para só voltar no fim-de-semana seguinte.As pessoas que ganhei com a tua saída são bonitas, mas não têm dentro de si aquela luz que me cegou, que eras tu.
«você é assim um sonho para mim», disseste-me uma vez. Acho que também tenho saudades disso. De quando andavamos de mão dada e iamos assim, felizes para todo o lado. Se calhar não fui eu que te dei o suficiente. Se calhar fui eu que falhei. Mas bastava teres pedido e eu tinha dado...

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