Verdade é, que sempre gostei de algodão doce e por isso, tentei sempre caminhar entre a ilusão de que nunca amaria por completo e a repetição desses sabores tantas vezes facilmente identificáveis, que me arranham os sentidos e me deixam um pouco mais do que moribundo.
É esta a alegria de viver, por entre todas as marcas que sofro sem serem minhas, apenas porque sinto os sentimentos indefinidos, de uma forma ampliada que acabam por demonstrar o quão frágil posso ainda ser, mesmo quando permaneces ao meu lado. Levava-te para essa terra do nunca - onde o nunca seria o sempre - eternizando-nos nesse longo e vasto campo de sentidos, por entre os meses que quase desconfiei que tivesses esquecido.
Por isso, fecho os olhos na esperança que tudo se desvaneça, que estes sonhos, de não ter simplesmente, se criem na realidade, que utilizes o pensamento sempre como arma e que ao contrário de toda esta sociedade, não te deixes conformar pelo insurrecto e pouco palpável, porque as minhas palavras já foram gastas e polidas demasiadas vezes e o cansaço nunca vem só.
Imagino viagens tridimensionais, canais que nos hão-de levar a esse desconhecido que são as tuas acções, imitações de algo que reviste e nunca mais pudeste esquecer. Que te prefiro odiar, com sensatez, muitas das vezes, porque me sinto pequeno demais para arcar com tanta plenitude de sinceridade, porque sempre vive da argumentação fustigada e da desconfiança presente, e que só assim sei ser forte e conciso. Sem ti, nunca haveria de ter escrito as páginas deste jornal pouco mais do que íntimo sobre a verdadeira consciência que tenho da condição que agora assumo.
A paixão não é um estado que me faça corroer o interior, é antes esta grande trama elaborada pela minha necessidade de sentir a culpa interiormente, nesta cilada por mim feita, sempre que me sinto longe de ti. E de vez em quando, abano-te e fico a escutar, para onde foram todas as palavras que depositei em t, quando sei de antemão que simplesmente não estão lá. Acredito no que posso, nos objectos que não gosto de possuir, neste trajecto por mim enlaçado, nesses teus braços que me concretizam e me fazem acreditar na minha paranóica forma de estar.
Acredito em ti e acredito neste número que se faz à nossa imagem, do azar que foi nunca termos tido a coragem para nos agarrarmos antes.
Estou, secretamente, a contar todos os dias.
“You were right
And i don´t wanna be here
If you gonna be there…
I wanna travel trough time
See your surprise
Hold you so tight
I´m counting down the days”
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